quarta-feira, 24 de novembro de 2010



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omofóbicos atacam diretor de série gay em Salvador e o obrigam a beber gasolina

Por Welton Trindade em 23.11.2010 : : 15h11

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O diretor e roteirista de série gay “Apenas Heróis”, Daniel Sena, foi mais uma vítima da violência homofóbica. No domingo 21 ele foi atacado próximo a sua residência, em Salvador, por três homens. Levado por estes a um matagal, ele ouviu insultos como “viadinho” e “gay de merda”, além de ter sido obrigado a comer terra e beber gasolina.

Os agressores ameaçaram introduzir um pedaço de ferro no ânus de Sena, perguntando como ele tem coragem de continuar a escrever e dirigir um trabalho como a série. Sena foi socorrido por um caminhoneiro que passava pelo local. A violência contra homossexuais no Brasil parece estar distante de acabar.

Buenos Aires realiza quarta edição de festival de tango homossexual



O 4º Festival Internacional de Tango Homossexual de Buenos Aires começou nesta segunda-feira (22) em vários salões, com a participação de bailarinos eprofessores, além de espetáculos dedança, música e teatro.

A edição 2010 do festival, que tem a cidade de Berlim como convidada de honra, foi declarada de “interesse cultural" peloMinistério argentino de Cultura e elogiada pelo Instituto Nacional contra a Discriminação e a prefeitura de Buenos Aires.

O festival busca construir uma comunidade tangueira mais aberta, com lugar para novas formas de representação que são as que mantêm vivas e em movimento nossa música e nossa dança, disseram os organizadores do evento em comunicado.

Durante o festival, que vai até domingo, o público poderá participar de milongas, shows, apresentações de orquestras, exposições, uma apresentação de teatro e aulas com famosos professores argentinos em vários locais de Buenos Aires.

Além de ser a meca do tango no mundo, Buenos Aires tornou-se um destino namoda para os homossexuais.

Em 21 de julho, a Argentina tornou-se o primeiro país da América Latina e o décimo do mundo a legalizar nacionalmente o casamento entre parceiros do mesmo sexo.

ssassinatos motivados por homofobia serão debatidos hoje em seminário


Bandeira_LGBT_A cada dois dias, em média, um homossexual é assassinado no Brasil. Os dados constam no mais recente Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais (LGBT), produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), apresentado em março passado.

Entre 2008 e 2009 foram registradas 387 mortes com possível motivação homofóbica entre a população LGBT brasileira. Em relação ao biênio 2006-2007, os registros indicam um incremento de 54% neste tipo de crime. A realidade da violência contra homossexuais, travestis e transsexuais, porém, é bem mais dura, por conta da subotificação dos crimes, dizem os militantes dos direitos LGBT.

Esse é o contexto do seminário "Assassinatos praticados contra a população LGBT", promovido conjuntamente pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias e Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

O seminário acontecerá nesta quarta-feira (24), a partir das 14h, no plenário 9 do Anexo 2 da Câmara, e será transmitido ao vivo pela Internet (www.camara.gov.br/cdh - link "Ao Vivo").

A iniciativa do seminário é da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), proposta acolhida pelas comissões e pela Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT.

Para a deputada Iriny Lopes (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o seminário ocorre num momento oportuno e deve fomentar a reflexão na sociedade. "Infelizmente, estamos observando um aumento da violência contra a população LGBT e é importante que o conjunto da sociedade brasileira reflita sobre isso. Creio que o seminário pode contribuir com esse objetivo e espero que possamos avançar na aprovação de leis e no fortalecimento de instituições que coibam este tipo de violência", declarou a parlamentar.

Casos emblemáticos - Alguns casos considerados emblemáticos serão debatidos no seminário, como o assassinato do adolescente Alexandre Ivo Rajão e a agressão sofrida pelo estudante Douglas Igor Marques, ferido por um tiro disparado por um sargento do Exército, em episódio após a 15ª Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, realizada em Copacabana, no último dia 14.

Angélica Ivo, mãe de Alexandre, morto no município de São Gonçalo(RJ), em maio passado, fará um depoimento durante o seminário. "Antes do crime cometido contra o meu filho, eu e minha família não conhecíamos a enorme dimensão que esse problema tem. Nossa sociedade é hipócrita e a questão da religião e da nossa formação enquanto país influenciam demais isso. Esses crimes acontecem com frequência e continuarão acontecendo enquanto as autoridades não criarem leis e mecanismos que coibam e reprimam tais práticas com rigor", avalia Angélica.

Confira a programação completa do seminário:

Programação:

14h: Abertura
- Dep. Iriny Lopes (PT-ES), Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Dep. Paulo Pimenta (PT-RS), Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Dep. Iran Barbosa (PT-SE), Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
- Lena Peres, Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas
- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT
- Toni Reis, Presidente da ABGLT

15h: Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT

Expositores:

- Claúdio Nascimento, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT do RJ e Superintendente de Direitos Individuais e Coletivos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro;
- Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa "Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT";
- Érico Nascimento, Urbanista, Mestrando em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Pesquisador Associado ao Nugsex Diadorim;
- Sr. Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil.