sábado, 8 de maio de 2010

Profissão Repórter exibe programa sobre famílias Homossexuais


Adriana Maciel e Munira Ourra
Eduardo e Ana Luiza


Na próxima terça-feira, dia 11 de maio, às 23:45h, na Globo, o programa "
Profissão Repórter" exibirá matéria sobre a diversidade de orientação sexual nas novas famílias.

Na primeira parte do programa, o assunto será o processo positivo de aceitação dos pais e mães heterossexuais de seus filhos e filhas Homossexuais (pais e mães do GPH e filhos do Projeto Purpurina).

Na segunda parte do programa, o assunto será o casal de mulheres Lésbicas, Adriana Maciel e Munira Ourra, que tiveram gêmeos, um garotinho e uma menininha (Eduardo e Ana Luiza), com os óvulos de Munira implantados em Adriana.

Os bebês estão fazendo 1 ano (festa de aniversário). Caso você esteja interessado na técnica da inseminação artificial pela qual elas passaram e também queira ajudá-las a conseguir registrar os gêmeos como filhos das duas, você pode entrar em contato com as mamães pelo e-mail:
munira.ourra@gmail.com.
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Este projeto vai ser mostrado para ele.

Por que criar um Centro de Referência?

Em Sertãozinho, cidade com mais de 110 mil habitantes, não existe um Centro de Referência para acolher a população LGBT, quando essa necessita de ajuda e apoio.

Com a implantação desse órgão, a comunidade gay teria um local para atendê-los e assim solucionar seus problemas, a maioria deles causado pelo preconceito.

Qual a nossa realidade?

Não temos um Centro de Referência para acolher as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e trans que estão sem rumo na vida por causa do preconceito que eles sofrem diariamente. Alguns estão desacreditados da vida e acham que não podem estudar, trabalhar e andar na sociedade normalmente.

No caso das travestis é mais complicado para arrumar emprego e elas acabam em optar a fazer programa, inclusive menores de idade. Recentemente, tivemos um caso de uma travesti de 13 anos que não foi aceita pelos pais em sua casa e ela foi parar nas ruas, onde teve que fazer programas para sobreviver.

No caso dos gays a maioria não tem o apoio familiar e acabam mudando seu jeito de ser por causa de sua família, mas na verdade eles querem se assumir, mas têm medo de não serem aceitos pela família e não terem um Centro de Referência para acolhê-los e dar assistência psicológica e jurídica.

Temos reclamações dos próprios gays que não podem andar nas ruas de mãos dadas e beijar em público, pois as pessoas os olham diferente. Os gays acabam ficando com medo e não vivem a vida que realmente queriam ter. Como é sabido, todo gay quer andar nas ruas como um casal normal, sem ser apontado por ninguém e ser xingado por pessoas que nem os conhecem. As lésbicas também sofrem os mesmos problemas.

No caso de empregos é muito complicado para uma travesti ou até mesmo um gay afeminado arrumar emprego em uma empresa de nossa cidade, uma vez que a maioria das empresas é usinas de açúcar. Eles acabam sendo rejeitados porque, na maioria das vezes, o entrevistador julga eles pela aparência e não pergunta se eles são hábitos a fazem o serviço.

Como lidamos hoje com estes problemas?

Há três anos foi criado o Grupo Primavera, que vem lutando com muito sacrifício até hoje dando assistência ao público LGBT em condições precárias, pois não temos verbas municipais e nem federais para fazer o devido trabalho.

Com muita coragem e determinação, periodicamente organizamos palestras, parada gay com verbas de patrocinadores, mas na hora de pedirmos dinheiro para suprir nossas verdadeiras necessidades que está escrito acima eles não nos ajudam. Eles ajudam mais em partes festivas, pois há interesse em divulgar o nome de suas empresas.

O presidente do Grupo Primavera, Rodrigo Cavalheiro, acaba atendendo todos eles em sua própria casa dando um apoio no limite de suas condições que não são boas. Por exemplo, a maioria do público LGBT vê a casa do Rodrigo como a sede do grupo e acaba o procurando para ajudá-los. O presidente faz o que pode: conversa, dá apoio moral, esperança e alimentação. É comum algumas pessoas baterem em sua porta de madrugada para pedirem ajuda.

Acontece até de pais procurá-lo para pedir ajuda e conselho de como lidar dar com seu filho, que ele acabou de descobrir que é gay.

Como vamos solucionar os problemas?

Com Centro de Referência, vamos poder oferecer um advogado, um psicólogo, assistente social e outros serviços.

Faremos folhetos, criaremos um site, produziremos cartazes e outros materiais informativos sobre as leis e direitos do público LGBT. Esses materiais serão entregues para a sociedade geral e para o próprio público LGBT para que eles se informem de seus direitos.

Daremos prioridade à construção da cidadania homossexual por meio da luta constante contra qualquer tipo de discriminação por orientarão sexual e da promoção da autoestima de gays, lésbicas, travestis, transsexuais da cidade de Sertãozinho e região.

Faremos reuniões dominicais com pautas pela troca de experiência entre iguais, respeitando as diferenças respondendo a intolerância social com ações voltadas ao cumprimento da legislação vigente. Também promoveremos o respeito às diferentes expressões de afeto e sexualidade, através da participação em vários fóruns estaduais e municipais de discussão, proposição e fiscalização de política públicas e especificadas.

Que resultados esperamos?

Esperamos que com nosso esforço e trabalho, o público LGBT possa viver melhor, andando nas ruas sem medo, ser aceito em sua casa, trabalhando normalmente em qualquer empresa, aceitando a si próprio sem medo de ser feliz. E que assim poderão ter assistência de apoio de advogados em suas necessidades jurídicas e psicólogos pra suprir suas necessidades psicológicas.

Que eles possam entender mais os seus direitos e, acima de tudo, viver uma vida normal como qualquer outro cidadão.